segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Água

Recebi de um amigo o link no youtube da palestra de um professor realizada na Austrália. O professor - não me recordo o nome, mas querendo conferir: http://youtu.be/HEJEYKTRHzg - faz uma apaixonada defesa da dieta vegetariana com pesadas criticas ao consumo de carnes. Apesar dos tons sombrios e acusadores com que o palestrante ataca os 'carnívoros' não deixa de ter razão em pontos importantes como a iníqua desigualdade que existe hoje no mundo onde uns poucos se 'empanturram' em um consumismo desenfreado de recursos alimentares e uma grande maioria vive virtualmente à beira de morrer de fome. 
Mas o aspecto que eu quero ressaltar é o problema da água que é abordado de soslaio, quando cita o volume de água necessário para produzir um único filé. 
De fato a questão da água tende a se tornar cada vez mais central e não tenho dúvidas que acabará tomando o lugar do petróleo no embate entre as nações. Por curiosidade fui fazer uma pesquisa sobre recursos hídricos da China e a situação deles é deveras preocupante. 
Some-se a isso o fato de os Estados Unidos estarem também se defrontando com problemas semelhantes (falta de água) e teremos dentro em breve grande interesse de nações poderosas pelo  líquido precioso. 
Chamo a atenção para nossa situação. O Brasil é um país que tem grande abundancia de água, não só na superfície como no subsolo. Temos aquíferos imensos, não só o famoso 'guarani' como o do Xingu na região amazônica. Já hoje em dia nossas exportações de produtos agrícolas e da pecuária levam embutido um expressivo volume de água que foi usado na sua produção. Não creio que isso tem sido levado em conta no preço das tais 'commodities' e o que é ainda pior, o preço delas não é ditado por nós, produtores e sim pelos consumidores. São considerados produtos primários de economias menos sofisticadas e por isso infundem a crença de que são menos importantes do que produtos de alta tecnologia e grande valor agregado. 
Ora bolas, muito embora computadores, telefones celulares, carros com alta tecnologia embarcada, aviões e etc sejam muito importantes no mundo moderno, em caso de alguma hecatombe que venha a inviabilizar sua produção, dificilmente alguém morrerá por falta de algum desses bens. Mas por outro lado, se a produção dos tais produtos primários for interrompida... Bem, imaginem o que aconteceria... 
Hoje em dia vivemos em uma cultura que acredita que tudo o que precisamos para comer é facilmente encontrado em algum dos inúmeros supermercados que há por aí. Mas de houver um colapso no abastecimento desses estabelecimentos e suas prateleiras ficarem vazias, não levará muito tempo para que a população entre em pânico e se espraie uma violência descontrolada. 
E na raiz da produção de tais bens primários está, literalmente, a água. Este é o principal recurso que é preciso cuidar com muito cuidado. Só há um outro recurso mais precioso e mais importante, o ar. Sem ar vive-se apenas poucos minutos, sem água poucos dias.

Acho interessante e oportuno que se reflita um pouco sobre isso...