Eufóricos, os repórteres especialistas em economia transpiram um certo regozijo ante a queda brutal que vem experimentando a Petrobras. Hoje então ficaram exultantes com a divulgação do rebaixamento das notas da empresa pela agência Moody's em função da divulgação de supostas perdas devida aos esquemas de corrupção que, ao que parece, a tem infectado...
Mas, pelo que pude verificar, parece que estão metendo alhos e bugalhos no mesmo balaio, ou seja, estão considerando perdas tanto as estimativas de recursos desviados como propinas com frustração de expectativas de lucratividade no futuro devido a acentuada queda no valor do barril de petróleo.
Então vejamos, uma coisa é uma coisa, a perda devida à corrupção...
Outra coisa é outra coisa, a perda projetada devido a redução do valor do barril de petróleo.
Se o preço do barril caiu muito, então a expectativa de lucratividade da empresa também caiu muito, e assim precisa haver um mecanismo que permita ajustar as coisas no balanço da empresa, ou, como dizem, o tal do 'impairment' (algo como deterioração). Só que isso deve ser ajustado aos poucos porque na verdade, ninguém sabe a quanto o preço do barril de petróleo poderá chegar amanhã.
Então, misturar perda por corrupção com o tal do 'impairment' é uma tremenda impropriedade que só faz alegrar aqueles que torcem para o quanto pior melhor.