domingo, 17 de maio de 2015

Idiota Político

Você é um idiota político? 

  Não,  não quero ofender ninguém. Aqui 'idiota' é como era usado na Grécia antiga, onde idiota era apenas o sujeito que não se envolvia em política dedicando-se apenas a seus negócios particulares. 

  Hoje é difícil não ser político, embora muitos se esforcem declarando sua aversão política chamando políticos de uma maneira geral de ladrões e vigaristas.

  Se isso te serve de desculpa para se distanciar da política, cuidado! Quanto mais  você se afastar, mais livres ficam os políticos inescrupulosos, para arquitetar suas tramoias. Não nos convém deixar essa gente à vontade. Isto equivale a assinarmos um cheque em branco e entregá-lo a eles. 

  O político desleal vai usar em causa própria o poder que você lhe conferiu sem o menor remorso. E mais, nós é que pagaremos a conta por seus desatinos, porque embora muita gente acredite, equivocadamente, que dinheiro público não é de ninguém, o dinheiro público é nosso, sim senhor, vem do nosso suor. Dizem os entendidos que, de tudo que ganhamos durante o ano, o montante de quatro meses - ATENÇÃO: QUATRO MESES!! vai para o governo como impostos. 

  Com esse dinheiro o governo deveria nos proporcionar serviços públicos decentes como saúde, educação, segurança... só para citar alguns. Em vez disso, o que temos? Serviços sofríveis, e um festival infindável de maracutaias com o dinheiro público. E por que isso acontece? 

  Eu acho que esse estado de coisas não é recente. Isso vem de muitos tempo atrás. É o jeito de fazer política (olha ela aí de novo) que está errado.

 Não deveríamos permitir que empresários e políticos se mancomunassem em relações espúrias e incestuosas do tipo: Eu financio a tua campanha, e você eleito, me consegue obras e contratos (superfaturadas é claro) e dividimos os lucros que os 'trouxas' (nós o povo) pagam.

  Por que você acha que existe algo como um festim diabólico quando se muda o governo, e fica aquele alvoroço todo sobre quem será o ministro das quantas, quais os escolhidos para  o terceiro e quarto escalões do governo? Quantas vezes você já ouviu dizer que o partido tal levou este ou aquele ministério  de 'porteira fechada'? Para que?

 É a maneira de fazer política que está errada. Votamos em alguém para deputado. Apesar de ter votação expressiva ele não entra. E repente entra um Zé Mané que ninguém nunca ouviu falar. Por que? Cota do partido? Puxador de voto? Celebridades momentâneas que levam votos dos mais desavisados... 

 Definitivamente não estamos fazendo política corretamente e tampouco nossos governantes o fazem, tão enrolados que estão nesse jogo de cadeiras que se tornaram as eleições em nosso país. 

 O que fazer? 

 Precisamos urgentemente de uma reforma política! Mas fique atento! 

 Já existem propostas prontas e uma delas é a PEC 352/2013 ou 'Emenda Vacarezza' que entrará em votação na câmara agora no segundo semestre. E o que propõe essa reforma? 

 Constitucionalizar o financiamento de campanhas políticas por empresas - algo assim como deixar a raposa tomando conta do galinheiro. Será que dá certo? 

  E o que nós o povo fazemos diante disso? Nada, não é mesmo? Afinal, somos avessos à política. Política é coisa de quem não tem o que fazer. Eu não tenho tempo de ficar mexendo com isso... 

 Ótimo. Depois que a lei entrar em vigor, e a coisa degringolar, vá chorar para o Papa Francisco.

 E tem alternativa? Tem. Pelo menos uma ao que sei. Veja em:

 reformapoliticademocratica.org.br

Ah, já sei. Não tem tempo. Isso é coisa de quem não tem o que fazer, etc, etc. etc....

Só não digam que não avisei!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Nós, brasileiros...

Nós, brasileiros, somos especialistas em dar palpites em tudo, sem termos a menor ideia do que estamos falando. Queremos posar de bem educados e civilizados, quando na verdade não passamos de broncos preconceituosos, Achamos que temos soluções certa para todos os problemas que nos afligem, mas não movemos uma palha para resolvê-los, e deles esquecemos tão rápido quanto as manchetes dos jornais de ontem.
Alguns exemplos?
Quem nunca reclama do condomínio do prédio onde mora? Mas quem se habilita a participar nas reuniões e integrar o conselho? E o que dizemos disso? "Ah, é coisa de velho... Coisa de quem não tem o que fazer... Estou ocupado... Não posso perder tempo com essas bobagens..." Mas depois, quando alguma medida é tomada, como aumento da mensalidade, ou a realização de alguma reforma, a maioria de nós cai matando em cima do síndico dizendo cobras e lagartos a seu respeito... Isso quando, como não é raro, o síndico é realmente um vigarista que instala algo como uma lei marcial no condomínio, e explora os condôminos, todos reclamando das vilanias, mas ninguém fazendo nada.
E na política? Somos especialistas em criticar governantes, especialmente daqueles com quem antipatizamos por diferenças de classe, como por exemplo, o governo ora no poder... Bem, neste caso até que há alguma manifestação  acorremos à Avenida Paulista para pedir o impeachment da Dilma, a extinção do PT e a volta dos militares, como se isso fosse resolver todos os problemas e mazelas que dia a dia enchem as páginas dos jornais e os noticiários na televisão. 
Mas efetivamente reclamamos com nossos representantes? Quem são eles? Em quem votamos para deputado nas últimas eleições? E de que adiantaria isso? E os senadores? Quem são? Pra que servem e o que fazem?
Temos a tendencia de focar no personagem central, o presidente, o técnico da seleção, o governador e o prefeito e achar que eles é que tem que resolver os problemas num piscar de olhos. Se não o fazem, não prestam. E se nós os enxergamos como gente de outra classe social, aí então as críticas e ofensas são pesadíssimas. Já com os governantes que achamos ser gente como a gente, aí as coisas são diferentes, tudo é relevado e seus mal feitos são esquecidos como se não nos afetasse em nada. 
Nós não temos a menor ideia de que, independentemente de quem são os governantes, da esquerda ou da direita, do norte ou do sul, do leste ou do oeste, de cima ou de baixo, o erro está no jeito de se fazer política, está em nossa cultura. 
Tendemos a achar que o que é público, não é de ninguém, daí tão baixo apreço aos bens públicos, inclusive numerário que muitos se acham no direito de achacar e prevaricar pois afinal de contas, se não é de ninguém, ninguém se prejudica por isso, certo? Nem se diga nada dos sonegadores, pois se o Estado pesa demasiado em nossos ombros, que não seja reprovável evadirmo-nos à obrigação de recolher aquilo que pudermos ocultar aos vigilantes olhos do fisco.
Mas se está tudo errado, se há tantas e quantas mazelas que aviltam nossa vida, nossa sociedade e nossa cultura, por que não nos irmanamos a clamar por mudanças? De certo modo até já tivemos um ensaio disso, mas que, como não poderia deixar de ser, em se tratando de nós brasileiros, parece já estar fora da memória, especialmente daqueles que deveriam promover tais mudanças, nossos supostos representantes que nada fazem senão servir a si mesmos e a seus patrocinadores, que efetivamente não somos nós, e sim grupos empresariais que financiam suas cada vez mais onerosas campanhas políticas. 
Competiria a nós urgir por mudanças, mas se não nos dispomos sequer a atuar em nossos próprios condomínios, muito menos vamos querer mexer com política e políticos, afinal, com é costume dizer, não passam de ladrões. Porém são esses os que fazem política e dela se beneficiam, e se assim o fazem, é apenas porque nós os deixamos à vontade para isso, enquanto cultivamos a tola ilusão de que tirando o PT e a Dilma estará tudo resolvido... E quem é mesmo que viria em substituição?

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Humanos somos

Um pesquisador norte americano se propôs a conferir a idade do planeta Terra. Para isso precisava determinar o nível de chumbo encontrado em determinadas rochas, resultante do decaimento radioativo natural do urânio. Mas ele se deparou com um problema. Não conseguia determinar níveis consistentes. Os resultados variavam muito e aleatoriamente. Após muito raciocinar, concluiu que o problema era devido ao chumbo estar muito espalhado no meio ambiente. Mas de onde teria vindo? Novas pesquisas demonstravam que o chumbo vinha sendo espalhado principalmente pelos carros, porque a indústria prolífera, colocava um aditivo na gasolina a fim de aumentar sua octanagem e assim melhorar o rendimento e o desempenho dos motores dos carros. Era o chamado chumbo tetra-etila. Embora a utilização do aditivo viesse já desde o final dos anos 1920, e fosse muito satisfatória, especialmente para a indústria do petróleo, trazia também um problema muito série já que o chumbo é altamente tóxico ao ser absorvido pelo organismo das pessoas, e com efeito, muitos dos empregados das petrolíferas que trabalhavam preparando a mistura, vinham apresentando incidência elevada de 'saturnismo' doença provocada pela absorção de chumbo. Mas como o processo era bem mais barato que outros meios para obter o mesmo resultado - aumentar a octanagem da gasolina - nada era feito e todas as pesquisas para determinar a extensão do problema, eram sistematicamente boicotadas pelos lobbies das petroleiras. Foram realizadas inúmeras reuniões, e painéis para discutir o problema sem que se chegasse a bom termo no que se referia a questão ambiental, inclusive com a conivência do governo americano. Foi só com a determinação de se reduzir a poluição produzida pelos carros, através do uso de catalizadores, que o problema da adição do chumbo tetraetila passou a ser seriamente encarado, já que o chumbo estragava os catalizadores. Então a partir do final dos anos 1980 se começou a trabalhar seriamente para acabar com o uso desse aditivo.

Um dos países pioneiros na substituição do chumbo tetraetila foi justamente o Brasil, que através do programa do álcool, passou a adicionar álcool anidro à gasolina que produzia o mesmo efeito que o aditivo a base de chumbo, porém sem os seus inconvenientes, e ainda reduzia níveis de outros poluentes. Assim, desde 1992 nossa gasolina é isenta de chumbo e à partir daí se começou a instalar catalizadores nos carros o que reduziu muito a poluição ambiental em nossas grandes cidades. 
Mas foi feito mais, através do empenho da Petrobras e da Embrapa, fomos aperfeiçoando os processos de plantio e processamento da cana, bem como melhorando a performance dos motores, e com o advento da injeção eletrônica foram viabilizados os motores 'flex' que podem funcionar tanto com gasolina quanto com etanol em qualquer proporção.

Mas o ponto aonde eu queria chegar é no entendimento das razões por que, afinal de contas, as indústrias petroleiras e automobilística perpetuam tanto o uso de motores de combustão interna nos veículos. Suponho que carros elétricos seriam uma solução muito mais eficiente e ecológica. Mas essa tecnologia não sai das pranchetas dos engenheiros. Sempre se alega que as baterias seriam pouco práticas para viabilizar esses veículos. Mas o fato é que carros elétricos já haviam surgido no começo da indústria automobilística mas foram pura e simplesmente descartados e desprezados. Acredito que isso aconteceu devido a interesses comerciais e financeiros dos grandes empresários do petróleo e dos automóveis. Hoje em dia soa ridículo alegar problemas de baterias para viabilizar carros elétricos. As notórias deficiências das baterias estão sendo diariamente superadas graças ao desenvolvimento que vem sendo requerido devido às necessidades da indústria de informática, para viabilizar note-books que funcionem horas seguidas sem ligar à rede elétrica, e principalmente nos telefones celulares, cuja convergência com a informática vem exigindo também baterias de alto desempenho. 

Será que finalmente poderemos contar em futuro próximo com carros 100% elétricos de alto desempenho e autonomia e com recarga de baterias tão rápida quanto ao abastecimento do tanque de gasolina?

domingo, 12 de abril de 2015

Sobre a Corrupção

Eu não acredito que, nós brasileiros, sejamos mais corrompíveis do que quaisquer outros povos. Entretanto a corrupção (e também a sonegação de impostos, é bom que não se esqueça) grassa entre nós, conforme enxergo, por questão cultural, educacional e judiciária.

No aspecto cultura, desde de tempos cabralinos temos uma visão distorcida do Estado, que sempre foi visto como algo que existe para favorecer as elites enquanto que dos pobres e desfavorecidos, só são cobrados impostos caros que se revertem péssimo serviços públicos. Isto reforça convicção de que o bem público, não é de ninguém - pelo menos não dos pobres. E isto se traduz no pouco apreço aos bens públicos que frequentemente são depredados e desprezados, com ruas, rios e espaços públicos, se convertendo em verdadeiros depósitos de lixo. Esta situação toda leva as pessoa a acreditar que não faz mal tirar algum proveito do Estado, pois seria de seu direito buscar algum beneficio do Estado, ainda que por caminhos tortuosos. Aí está a gênese do raciocínio de que tirar do Estado não faz mal, e se acabou por enxergar aquele que assim age, como uma espécie de justiceiro. Só que agora chegamos a um ponto em que isso tudo se torna insustentável, demandando que algo seja feito. 

Também a educação nada faz para corrigir essa distorção. Deveria ser promovido o ensino de ética e cidadania para que já, desde a infância, as pessoas tivessem o mínimo de conhecimentos para exercer a sua cidadania. Mas isto não é feito, e assim temos uma formação - ou antes, uma deformação cultural que se perpetua e é expressa na péssima qualidade de nossos políticos e servidores públicos que também não tiveram esse tipo de formação e por isso acabam por servi-se do Estado em vez de a este servir. 

Finalmente temos nossas leis que são excessivamente lenientes com criminosos de elevada posição social e extremamente duras, ineficazes e preconceituosas com criminosos de classes baixas. Tal leniência é ainda mais  frouxa com os amigos parentes, ou aqueles que detenham muito poder político ou financeiro. Esse tipo de atuação tende a fazer com que as pessoas desacreditem da justiça.

Pois bem, diante de tantos fatores creio que não é de se admirar que tenhamos chegado a um nível de corrupção que tem se mostrado sufocante. Ao que parece a sociedade já não aguenta mais tais práticas, e clama por mudanças. Mas o problema é que tais mudanças devem vir daqueles que são os maiores beneficiados por esse estado de coisas, ou seja nossos políticos. 

Infelizmente parte da sociedade parece entender que toda essa corrupção surgiu com a chegada do PT ao poder. Longe disso. Como  eu disse acima, este estado de coisas vem sendo temperado desde dos tempos em que Cabral passou por estas plagas. Se o PT colaborou em certa medida foi porque, a meu ver, faz décadas que não há como se fazer política neste país sem que o governo faça uma espécie de loteamento da máquina administrativa entre os diversos partidos que dizem lhe dar apoio. Por que outra razão haveria de se montarem trinta e nove ministérios, senão para distribuir poder de manipular verbas aos agentes dos diversos partidos? Como pode um governo eleito livrar-se dessa hidra? Apenas através de uma reforma política. Mas qual, como? E para piorar, toda reforma dependerá da aprovação da câmara e do senado. E então como é que fica? O que fazer? Como vamos nos livrar dessa situação toda?

Alguém tem alguma sugestão?
     

terça-feira, 31 de março de 2015

Médicos ou Monstros...

Quem nunca foi consultar um médico e encontrou um 'doutor' com olhar sério, um tanto solene e apressado e que logo pergunta o motivo de sua visita. O paciente então, um tanto intimidado, vai enumerando suas queixas, enquanto o médico já faz anotações em papel, ou em seu computador. O paciente nem bem termina de falar e o médico já tem preparada uma requisição de exames clínicos a serem feitos em algum laboratório conveniado, caso o paciente tenha algum convênio médico.

Se não tem, o calvário inicia muito antes, ao marcar consulta para geralmente  meses adiante. Outros tantos meses vão se passar até que consiga vaga para realizar os exames pedidos . Esta situação é bastante comum no atendimento de saúde pelo país afora. Não raro o processo todo leva mais de um ano, enquanto isso a patologia vai progredindo.

Em nossa crônica midiática cotidiana somos bombardeados por más notícias vindas de todos os lados, realçando especialmente as ações e omissões do governo, Não há espaço para boas notícias. Mas, garimpando na internet encontrei o relato dos resultados obtidos em  municípios do Estado do Piauí por alguns dos famosos médicos cubanos que celebravam um ano de mortalidade infantil zero. Algo que realmente merece celebração.

A nota enfatiza bastante o modo de atuação desses médicos em contraste com o quadro com que iniciei este meu comentário e a conclusão a que chego é que existe um vício de origem, um pecado original na formação de nossos médicos. 

Nitidamente nossos doutores são formados para combaterem doenças, patologias. O paciente é apenas o mero portador desses males. A luta é entre o médico e a doença. A partir disso são solicitados inúmeros exames e receitados diversos remédios, geralmente os mais novos no combate ao suposto mal . 

Por outro lado, conforme o relato que apreciei, os médicos cubanos parecem receber uma formação diferente. Seu foco não é a doença e sim o paciente. É lógico que eles também requisitam exames clínicos e receitam remédios, porém visando o fortalecimento do doente para que este venha a debelar seus males, coadjuvado pela medicação. Assim sua eficácia tende a ser maior, inclusive muitas vezes, vem o paciente a se recuperar sem nem mesmo precisar ser medicado. Basta-lhe apenas um pouco de atenção e apreço do doutor. 

Os médicos cubanos, diferentemente dos nossos, parecem realmente encarar a prática médica como um sacerdócio, deixando o aspecto comercial e financeiro em segundo plano. Já os nossos médicos parecem adotar práticas capitalistas, onde a doença é fonte de receita para remunere o sistema. 

A atenção do médico para com seu paciente se restringe, no mais das vezes, à receita de medicamentos, muitas vezes equivocados e que não raro acabam agravando a situação do doente. Outra prática malévola denunciada pelas estatísticas é o elevado número de partos por cesariana, apenas e tão somente porque essa modalidade de parto é melhor remunerada que o parto natural. 

Mas o que realmente me deixa muito perturbado com relação à medicina aqui praticada são os casos escabrosos de trotes praticados por veteranos sobre os calouros, mesmo em nossas melhores faculdades de medicina. Diversos calouros já morreram em razão da violência e selvageria dos trotes aplicados pelos veteranos. Então eu me pergunto; com esse tipo de formação - ou antes seria deformação... O que produzem nossas faculdades de medicina, médicos ou monstros?

quarta-feira, 25 de março de 2015

É Fogo!

Ao que parece, os motoristas brasileiros serão obrigados à partir do dia primeiro do próximo mês a terem substituído o extintor de incêndio de seus carros.

O extintor antigo, tipo B-C, de pó químico não é eficaz na extinção de fogo em materiais sólidos, tipo estofados dos carros. Já o novo extintor, tipo A-B-C, é também eficaz para apagar o fogo nesses materiais. Ao menos é o que se diz; já a demonstração da repórter da TV Anhanguera no youtube mostra algo um tanto diferente do que é informado.

Sinceramente não sei qual é o motivo pelo qual nós, motoristas brasileiros, temos de portar o tal extintor em nossos carros. Acho que foi uma exigência instituída lá pelos anos 60 ou 70 do século passado, pelo governo militar mas que até hoje vem sendo mantida, Também desconheço se algum outro país no mundo faz exigência semelhante. Mas o pior é que eu nunca vi alguma pesquisa que confirme a eficácia dessa exigência. 

Quanto a carros incendiados nas ruas e estradas brasileiras, acontecem aos montes e curiosamente também,  nunca foi apresentada uma comparação entre o número de tais ocorrências em relação ao tamanho de nossa frota, comparada com as frotas de automóveis de outros países no mundo.  

Mas por que é que os órgãos de trânsito aparecem agora com essa exigência? Durante os quase 50 anos de vigência dessa lei, nunca se percebeu que os extintores exigidos não eram os mais eficientes?

O problema é que nas vésperas da entrada em vigor da lei que obriga os novos extintores, o preço do dispositivo aumenta muito, e os frentistas dos postos, onde geralmente se encontra o aparelho, logo nos assombram com a perspectiva da multa considerada grave e mais 5 pontos na carteira.

Novamente, até onde sei, ninguém vem nos assombrar com a possibilidade de nossos carros saírem pegando fogo por aí, mesmo porque, carros com manutenção em dia dificilmente pegam fogo. Acredito que a maioria dos casos  ocorre em situações de acidentes, mas neste caso qual seria a prioridade? Socorrer o carro que está pegando fogo ou as eventuais vítimas que nele estiverem?

Percebo isso como outra medida ineficiente que vai apenas ensejar a oportunidade para que fabricantes e comerciantes de extintores venham auferir algum dinheiro às custas dos motoristas brasileiros que devido a sua incapacidade de proteger seus direitos e por isso são presas fáceis dessas medidas de ocasião, como aquela outra ocorrida há alguns anos atrás, em que se obrigava os motoristas a terem kits de primeiros socorros em seus carros. Desta feita, autoridades em saúde pública vieram demonstrar que a medida era não apenas inadequada como também poderia ser prejudicial, e assim a exigência foi abolida. Será que podemos esperar que o bom senso prevaleça também agora?

Reinaldo 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Sobre a Petrobras

Eufóricos, os repórteres especialistas em economia transpiram um certo regozijo ante a queda brutal que vem experimentando a Petrobras. Hoje então ficaram exultantes com a divulgação do rebaixamento das notas da empresa pela agência Moody's em função da divulgação de supostas perdas devida aos esquemas de corrupção que, ao que parece, a tem infectado...

Mas, pelo que pude verificar, parece que estão metendo alhos e bugalhos no mesmo balaio, ou seja, estão considerando perdas tanto as estimativas de recursos desviados como propinas com frustração de expectativas de lucratividade no futuro devido a acentuada queda no valor do barril de petróleo. 

Então vejamos, uma coisa é uma coisa, a perda devida à corrupção...
Outra coisa é outra coisa, a perda projetada devido a redução do valor do barril de petróleo. 

Se o preço do barril caiu muito, então a expectativa de lucratividade da empresa também caiu muito, e assim precisa haver um mecanismo que permita ajustar as coisas no balanço da empresa, ou, como dizem, o tal do 'impairment' (algo como deterioração). Só que isso deve ser ajustado aos poucos porque na verdade, ninguém sabe a quanto o preço do barril de petróleo poderá chegar amanhã.

Então, misturar perda por corrupção com o tal do 'impairment' é uma tremenda impropriedade que só faz alegrar aqueles que torcem para o quanto pior melhor.



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Lembrança

Lembra-se nesta semana os setenta anos da descoberta pelo exército vermelho do campo de concentração Auchwitz-Birkenau onde, segundo dizem, mais de um milhão de pessoas foram executadas pelos Nazistas.
Ao que se diz, a tarefa monumental foi realizada à partir da determinação do alto escalão que desejava dar uma 'solução final' ao problema dos prisioneiros indesejáveis - especialmente os judeus. 
Então, os comandados por Hitler iniciaram os trabalhos criando dezenas de campos de extermínio onde foram sistematicamente executadas mais de seis milhões de pessoas. 
Mas como isso foi possível? 
Certamente milhares de oficiais e soldados das forças alemãs tomaram parte da empreitada. Então eu me pergunto, onde estaria a consciência desses todos que tornaram possível essa macabra façanha? Por certo eram alemães que tinham recebido uma educação até certo ponto refinada, mas ainda assim se prestaram a tomar parte no intento. Certamente boa parte da população civil alemã devia ter algum conhecimento do que estava sendo realizado naqueles campos, e ninguém se opunha.
No entanto essa 'realização' alemã não foi a única na história que aliás está repleta de extermínios em massa e massacres dos mais variados tipos opondo seres humanos contra seres humanos.
Hoje mesmo, aqui em nosso país estamos sendo sufocados por uma sucessão de denuncias de corrupção e mal-feitos de políticos, administradores, legisladores, e mais não sei quantos gestores públicos que, em vez de promover o bem estar de seus concidadãos, busca acima de tudo o próprio bem estar e de seus familiares e apaniguados. Por que?
Será que a gênese desses desvios não se iguala à dos facínoras alemães? 
A história é pródiga em nos mostrar inúmeras situações em que homens pilham, perseguem e massacram outros homens sob as mais diversas justificativas, e assim somos forçados a concordar com o filósofo que assim expressa a situação: Homo lupus homini, ou seja, o Homem é o Lobo do Homem. 
Mais uma vez somos forçados a encarar com desconfiança a sobrevivência do homem neste planeta.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Mais água?

O problema da água apareceu veladamente, pouco a pouco sem que a maioria das pessoas se desse conta. Primeiro foram boletins meteorológicos, informando sobre a possibilidade de tempos de seca, com o consequente esvaziamento dos mananciais, notícias estas que chamaram pouco a atenção... Depois vieram secos os meses em que normalmente devia chover bastante, com os níveis das represas caindo diariamente. Então se começou a clamar por providências, mas em se tratando de ano eleitoral o governo em fim de mandado e candidato a nova nova gestão, tratou o problema como se não existisse. 

Agora, estamos novamente nos meses em que deveria chover muito, mas tem chovido pouco e a principal represa que nos abastece de água está com volume crítico, cerca de apenas 5% de sua capacidade. Milhares de pessoas estão sofrendo com falta de água por toda a cidade, enquanto as autoridades tentam minimizar a questão garantindo que ninguém ficará sem água por mais de 24 horas, mas muita gente, especialmente na periferia da cidade, vem informando que ficam dias sem ter água nas torneiras.

Diante desta situação, e também devido a dúvidas quanto a qualidade da água que sai das torneiras, muita gente vem passando a comprar as chamadas 'águas minerais' ao menos para beber e cozinhar. Com isso os engarrafadores do produto, que casualmente são grandes multinacionais, vão enchendo seus bolsos de grana. 

Interessante que o presidente mundial da Nestlé, cujo negócio mais lucrativo vem a ser justamente a vende de águas minerais mundo afora,  vem pressionando fortemente a União Europeia para que a exploração de água seja considerado um negócio como o de alimentos. E a União Europeia vem, pouco a pouco, forçando os países mais quebrados do bloco - Portugal e Grécia, por exemplo, a entrega para a iniciativa privada a exploração da água, que deixaria de ser um bem público, para se tornar um negócio privado.

Note que a nossa Sabesp, tende a ser privatizada, conforme a estratégia tucana. Assim sendo, não há com que nos preocupar, afinal de sede ninguém vai morrer, desde que, é claro, tenha os trocados necessários para comprar as águas minerais fornecidas pela Nestlé, Coca-Cola, Danone, etc... Basta olhar nas garrafinhas que compramos por aí quem são os 'engarrafadores' da 'mercadoria'. 

Mas não se preocupem, pelo menos o ar, por enquanto ainda é grátis...


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Corolário da Avaliação das Distâncias do Sistema Solar

Com o sistema solar 'tuti-fruti' que apresentei um dia desses, espero que tenha ajudado que alguém perceba as grandezas nele envolvidas, bem como as impressionantes distâncias que isolam as estrelas, e neste caso citei apenas um exemplo, a distância entre o Sol e sua vizinha mais imediata, a Alfa do Centauro.

Esta é a principal razão pela qual acho viagens interestelares improváveis. Além disso temos o problema do tempo milenar da viagem (isto contando com a tecnologia ora disponível), sem se falar no problemas sério das radiações existentes no espaço que é um lugar extremamente hostil para a vida como a conhecemos.

Nossa civilização deu só o primeiro passo que talvez possa a credenciar a ir mais longe, com a descoberta da Força Nuclear, porém ainda estamos muito longe de desenvolver uma tecnologia que a domine e controle. Mais que isso, a nossa civilização ainda não conseguiu evoluir para um patamar civilizatório que seja algo superior ao primitivo e altamente instável estágio de lutas tribais. Apesar de todo nosso desenvolvimento científico e tecnológico, nossos dirigentes políticos continuam a agir ainda hoje como se o mundo fosse povoado por diversas tribos que vivem brigando entre si. Isto juntamente com as armas que desenvolvemos, torna altamente duvidosa a nossa permanência como espécie viva. 

Além desse aspecto, enfrentamos hoje a ameaça do 'efeito estufa' que também vem ameaçando a nossa sobrevivência com uma possível mudança catastrófica no clima do planeta. Apesar do risco iminente, novamente nossos dirigentes políticos não conseguem dar uma resposta satisfatória ao problema, e se recolhem a mesquinhez de lutar por seus próprios interesses e deixar que o planeta, as outras espécies e as gerações futuras arquem com os prejuízos de suas insensatas e tresloucadas ações. Isto é vergonhoso!

Então, se considerarmos que viagens interestelares exigiriam desenvolvimento científico bem maior que o atualmente disponível e com novas descobertas que somente poderão vir se houvesse um espírito cooperativo que unisse todos os povos (acontece justamente o contrário), isto nos faz temer por nossa permanência como civilização vencedora. As nossas chances são bem maiores de nos autodestruir em um futuro não muito distante. 

É triste, mas infelizmente creio que é o que se avizinha.





domingo, 11 de janeiro de 2015

Uma Ligeira Avaliação Das Dimensões do Sistema Solar Em Termos Apreensíveis.

Se o Sol tivesse um diâmetro de 11 metros (englobaria uma sobrado).
O planeta mercúrio teria o tamanho de uma nós 3,8 cm e estaria a 450 m afastado do sol.
Vênus teria  o tamanho de um laranja 9,8 cm,  e ficaria a 848 m do sol.
A Terra, teria 10 cm de diâmetro - também como uma laranja e ficaria a 1,173 km do sol.
Marte teria um diâmetro de 5,3 cm (um limão) e estaria a 1.787 m do sol...
Note que em aproximação máxima,Terra e Marte distam 614 m  um do outro e no afastamento máximo,  2.960 m.

Agora Júpiter teria o diâmetro de 1,12 m  e estaria a 6,1 km do Sol.
Saturno teria diâmetro de 94 cm e estaria a 11,208 km do Sol.
Urano teria 36,85 cm de diâmetro (uma melancia) e ficaria a 22,5 km afastado do Sol.
Plutão teria 1,8 cm de diâmetro (uma avelã) situada a 46,3 km de distância do Sol.

Para comparar ainda mais, a lua teria um diâmetro de 2,2 cm e giraria a 2,35 m de distância da Terra.

Agora imagine isto: A estrela mais próxima do Sol, Alfa-Centauri, estaria a 310 milhões de quilômetros de nosso sol com 11 m de diâmetro. Quer dizer que em nosso sistema solar reduzido, com o Sol em seu centro, a estrela mais próxima dele ficaria a meio caminho entre Marte e Júpiter...

A distâncias de tal magnitude, nunca vai se ver nenhum corpo celeste que tenha dimensão maior que um minúsculo ponto, como acontece com estrelas e planetas que observamos no céu noturno. Apenas planetas podem ser visto como pequenos discos através de potentes telescópios. Apenas a Lua pode ser vista a olho nu como um disco, e também o Sol, porém sua observação direta é altamente desaconselhada devido a intensa radiação luminosa que pode danificar a retina de nossos olhos e resultar em cegueira.

Pense nisso...