quarta-feira, 9 de julho de 2014

O GUIA CEGO

Não sei por que ajo assim. 
Eu devia ser mais ativo e perseverar em meu blog. Mas desanimo fácil. 

Mas, paradoxalmente, o desanimo foi vencido pela perplexidade, e não pude me conter em não deixar aqui registrado meu ponto de vista sobre a Seleção Brasileira de futebol e sua infeliz derrota para a Seleção da Alemanha - 7 x 1 !! 

Como explicar o inexplicável? 

Bem, pouco ou quase nada entendo de futebol, mas essa partida inimaginável não poderia passar em brancas nuvens, segue então minha humilde opinião.

Antes do jogo começar, ouvi comentaristas dizerem que a escalação do treinador estava errada. Começa o jogo e fica evidente que a estratégia era atacar.  Foi o que se fez nos primeiros minutos, mas em pouco tempo o tiro saiu pela culatra, os alemães não se intimidaram e saiu o primeiro gol - um descuido da defesa. 

Situação preocupante, porque a seleção alemã é bem forte, mas ainda não desesperadora. O esperado era que a Alemanha se fechasse para evitar o empate, mas não foi assim, ao que parece a Alemanha percebeu a fragilidade da nossa defesa, um tanto 'indefesa', e partiram para cima marcando o segundo gol.

Aí a coisa começa a ficar alarmante e o certo, o racional, o indicado seria que o treinador instruísse o time para se fechar na retranca, mas isso não aconteceu. Então vieram o terceiro gol e o desespero, o abatimento, a inação, e a exemplo de indefesa vítima de assalto, entrou em pânico sem saber o que fazer. Então vieram o quarto e o quinto gols, nos primeiros trinta minutos de partida. 

Mas por que as coisas chegaram a esse ponto? 

Ainda que se admita que os cronistas esportivos tivessem razão ao comentar que o time estava mal escalado, na verdade é prerrogativa do técnico a escalação e nada se pode fazer quanto a isso. Mas atrelada à escalação está também a estratégia de jogo, e ao nível de uma seleção nacional, não é pedir muito esperar que o treinador tenha um 'plano B' para o caso de as coisas não saírem como o idealizado. Infelizmente, parece que nosso técnico não tinha um 'plano B', e pior, deixou o time à própria sorte.

Jogadores de futebol são como o super-homem, capazes de realizar feitos surpreendentes com a bola nos pés. Mas, a exemplo do super-homem que se enfraquece quando exposto 'kriptonita', os jogadores também tem sua nêmesis que é o gol do adversário. E em um jogo de semi-final de Copa do Mundo e ainda jogando 'em casa', seu efeito desestabilizante é avassalador. No caso em pauta, a terceira dose foi fatal. Ainda aí se o treinador agisse, talvez se chegasse a um triste resultado de três a um, lamentável é claro, porém palatável, menos apocalíptico. 

O fato é que todo empreendimento humanos, sempre está sujeito ao desastre, ao inesperado. Isto vale para tudo, de grandes obras às guerras, sem deixa de passar pelas partidas de futebol. Por isso há que se ter uma gestão de crise para atuar quando as coisas começam a dar errado. Não foi o que se viu nesse jogo.  

Juca Kfori, fez um comentário sitando que  uma jornalista estrangeira observou que a Seleção brasileira parecia mais um time de meninos disputando uma partida contra profissionais adultos. Talvez aí esteja a grande explicação. Com essa história de 'família Scolari' os jogadores figuram como filhos do treinador sempre na dependência deste que, à exemplo dos patriarcas bíblicos, sempre é o senhor da verdade. Pois bem, veio a tempestade e os filhos amedrontados ficaram a espera das palavras do pai, que ao que parece, também não sabia o que fazer... Imagem patética de um bando de cegos sendo guiados por outro cego à beira do abismo. 

Não podia dar outra coisa. 




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